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Foto do escritorDra Maria Amélia Bogéa

Conheça as causas do hipogonadismo

Atualizado: 22 de nov. de 2022


Antes de falar das causas, é preciso entender do que se trata. O hipogonadismo é uma condição marcada pela baixa produção dos hormônios gonadais - aqueles sintetizados nos testículos dos homens, e nos ovários das mulheres. De maneira geral, para que essa produção ocorra, existe um completo eixo envolvido e que compreende duas regiões cerebrais, o hipotálamo e a glândula pituitária, e as gônadas - testículos e ovários - em si.


As duas primeiras estruturas, cerebrais, conversam entre si a partir da liberação de hormônios para mandar o sinal de produção gonadal. O hipotálamo é responsável pela síntese do Hormônio liberador de Gonadotrofinas, ou GnRH, que exerce efeito sobre a pituitária, estimulando a secreção das gonadotrofinas. Estas últimas atuam diretamente sobre as gônadas para que a produção hormonal aconteça dentro dos níveis adequados. Quando existe um baixo nível dos hormônios sexuais femininos ou masculinos, a disfunção que causa essa reduzida produção pode acontecer em qualquer um dos níveis desse eixo.


Os hormônios em deficiência são aqueles considerados os “hormônios sexuais” (testosterona e estrogênios), que exercem funções de diferenciação dos sexos e também no metabolismo como um todo. Quando falamos em diferenciação dos sexos, é só pensar em todas as características físicas - e até emocionais - que diferenciam homens e mulheres: a distribuição de pêlos e de gordura ao longo do corpo, o desenvolvimento - ou não - das mamas, o desenvolvimento de massa muscular, a ocorrência do ciclo menstrual, e etc. E por afetarem também várias atividades metabólicas, existe um impacto muito grande no funcionamento corporal e na qualidade de vida quando os níveis de hormônios sexuais estão baixos.


Homens e mulheres que já nascem com alguma alteração que causa hipogonadismo apresentam desenvolvimento inadequado das características sexuais. Depois dessa fase, a condição pode se manifestar no sexo masculino a partir de alguns sinais clássicos como a fadiga excessiva, ginecomastia, dificuldade de alcançar desenvolvimento muscular adequado, além de prejuízos na síntese de espermatozóides. Já nas mulheres, quando se manifesta na fase adulta, é comum ocorrer ausência de menstruação, infertilidade, osteoporose, diminuição da libido e da disposição e mudanças de humor.


Entre as principais causas para essa condição, podemos citar:

  • Fatores genéticos, como as síndromes de Kallmann, de Klinefelter e de Turner;

  • Presença de alguma doença autoimune, renal ou hepática

  • Infecções, traumas ou exposição a quimioterapia e radiação

  • Uso excessivo de esteroides anabolizantes

  • Transtornos alimentares, com baixa ingestão energética e nutricional, “sacrificando” o substrato para a produção dos hormônios sexuais

  • Uso crônico de medicamentos das classes glicocorticóides e opióides

  • Ou ainda, e que se torna cada vez mais comum, ser uma consequência da obesidade.

Além dos sinais clínicos, é preciso fazer um rastreamento dos níveis hormonais, visando fazer um diagnóstico assertivo. Apesar de já vir a mente a realização de terapias de reposição hormonal para solucionar - ou amenizar - essa condição, existem diferentes possibilidades de tratamento e é preciso considerar bem qual é a causa de base para determinar adequadamente qual manejo se encaixa melhor em cada caso. Só assim, e com acompanhamento profissional especializado, é possível iniciar o tratamento.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Richard-Eaglin, A. (2018). Male and Female Hypogonadism. Nursing Clinics of North America, 53(3), 395–405. doi:10.1016/j.cnur.2018.04.006


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