O estradiol é um dos três principais estrogênios. Dentre as suas funções está a regulação das atividades de hormônios, como o hormônio liberador de gonadotrofina (GnHR), liberado do hipotálamo, e o hormônio luteinizante (LH), liberado pela glândula pituitária. Na puberdade, o estradiol aumenta em ambos os sexos, mas em maior medida no sexo feminino, para formação das características sexuais secundárias.
Em relação à libido e ao comportamento sexual o estradiol possui um efeito bem definido, de forma que o aumento do estradiol salivar está associado ao aumento do interesse e comportamento sexual, bem como sua redução ao longo do ciclo menstrual está associada à diminuição da libido. Assim, da mesma forma que ocorre com a progesterona, o estradiol tem os seus níveis periodicamente alterados durante os ciclos menstruais, ou seja, durante a fase folicular: menstruação e ovulação; e durante a fase lútea: começa após a ovulação e dura até o final do ciclo.
O desejo e a excitação sexual das mulheres mostram padrões cíclicos, aumentam de acordo com a probabilidade de concepção, ou seja, durante as fases folicular e ovulatória tardia. Diminuindo concomitantemente com a diminuição da probabilidade de concepção, durante as fases folicular e lútea inicial. Além disso, a literatura mostra que os picos no desejo sexual auto-relatado, a frequência de fantasias sexuais e o grau em que as fantasias são classificadas como excitantes foram relatados por mulheres antes da ovulação.
Dessa forma, as mudanças do desejo sexual e na excitação ao longo do ciclo menstrual podem ser uma evolução com o objetivo de promover o comportamento sexual e a saliência dos estímulos sexuais quando a probabilidade de concepção é aumentada, isto é, no período folicular médio e fases ovulatórias. Uma curiosidade é que em comparação com as mulheres, os homens não apresentam alterações cíclicas nas concentrações de hormônios esteróides, estado de concepção ou desejo e excitação sexual.
Outrossim, pelo fato das mulheres apresentarem oscilações durante o ciclo menstrual, um estudo avaliou os os hormônios esteróides ovarianos estradiol, progesterona e testosterona como moderadores das mudanças do ciclo menstrual no desejo e excitação sexual das mulheres. Resultado disso foi que nas mulheres o desejo sexual foi associado positivamente com o estradiol, negativamente com a progesterona, e não associado aos níveis de testosterona. Assim, a progesterona apresentou um efeito negativo sobre o desejo sexual ao longo dos intervalos de tempo, além de estar associada a uma possível atuação como um sinal inibitório da motivação sexual; enquanto o estradiol teve um efeito positivo no desejo sexual. Diante disso, os efeitos positivos do estradiol e os efeitos negativos da progesterona poderiam explicar de forma eficiente os picos de desejo sexual no meio do ciclo, considerando os padrões típicos de secreção hormonal ao longo do ciclo menstrual.
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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