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  • Foto do escritorDra Maria Amélia Bogéa

Implantes hormonais: o que você precisa saber?


Uma das formas mais eficientes de realizar o tratamento de disfunções hormonais é pelo uso dos implantes, e isso se deve aos variados benefícios que este pode proporcionar, além de ser uma forma segura e eficiente utilizada. O implante normalmente é feito no tecido subcutâneo, por um profissional especializado e sob anestesia local. Sua aplicabilidade é múltipla, podendo ser utilizado, principalmente, durante o climatério, como tratamento dos sintomas causados pela queda de estrogênio; e como tratamento anticoncepcional, em especial para as mulheres que não se adaptam à pílula oral.


Como cada paciente possui um quadro específico de sintomas, a combinação hormonal deve ser individualizada. Ou seja, existem diferentes tipos de hormônios utilizados de acordo com a indicação para cada paciente. Vale lembrar que o implante libera constantemente o hormônio em sua corrente sanguínea, sendo essa liberação lenta e fisiológica, pois não promove picos e vales.


As contra indicações envolvem vários fatores e dependem do implante escolhido, sendo as mais comuns: gravidez, histórico de câncer, sangramento genital anormal não diagnosticado e reação alérgica a algum componente. Os implantes hormonais são variados, dentre eles estão, por exemplo, o implante de testosterona e etonogestrel.


Implante de testosterona


Uma das considerações para a terapia de testosterona em homens é a presença da síndrome clínica de hipogonadismo, um problema médico global que afeta múltiplas condições de saúde, que incluem o diabetes, síndrome metabólica, diminuição da densidade mineral óssea, mortalidade cardiovascular e afeta negativamente a saúde geral e a qualidade de vida.


Em relação às suas modalidades de administração, várias estratégias para entrega de testosterona foram usadas, incluindo injeções parenterais, adesivos, cremes e pílulas. Apesar disso, o uso de alguns desses métodos estão relacionados à efeitos adversos indesejáveis, como no caso das injeções parenterais de testosterona sintética, as quais levam a picos muito altos e grandes variações imprevisíveis nos níveis sanguíneos, levando à volatilidade e aumento dos efeitos adversos, além de estar associado a um risco aumentado de hepatotoxicidade.


A literatura mostra que nenhuma dessas modalidades de tratamento seria ideal para otimização hormonal de longo prazo e sua aceitabilidade limita sua utilidade. Diante disso, a terapia de implante hormonal subcutâneo tem se mostrado promissora em termos de eficácia do tratamento e eventos adversos, além de possuir alta eficiência para a terapia de reposição hormonal.


Implante de etonogestrel


A contracepção hormonal é a forma mais comum de controle de natalidade feminina. Quando usados corretamente, os anticoncepcionais hormonais podem agir interrompendo ovulação, bloqueando a implantação de óvulos fertilizados e/ou aumentando a secreção de muco cervical.


Existem vários tipos de contraceptivos hormonais, incluindo os implantes, que é o caso do etonogestrel, no qual pode ser encontrado no Nexplanon. O etonogestrel é um hormônio feminino sintético, semelhante à progesterona. Seu mecanismo de ação é principalmente através da inibição da ovulação, e também pelas alterações na mucosa cervical e no endométrio.


Implante de gestrinona


Por fim, a gestrinona mostrou-se eficaz no tratamento da dor associada à endometriose, com alívio dos sintomas semelhantes ao danazol ou análogos de Hormônio Liberador de Gonadotropina. Sua ação está relacionada ao bloqueio do desenvolvimento folicular e a produção de estradiol, assim como se liga aos receptores de androgênio e exibe efeitos agonistas e antagonistas ao se ligar aos receptores de progesterona.


Apesar dos seus benefícios, seu uso é limitado por sua baixa tolerabilidade devido aos seus efeitos adversos, que incluem a diminuição do colesterol HDL, aumento do colesterol LDL, ganho de peso, hirsutismo, seborréia e acne. Sendo que, esses efeitos estão relacionados aos efeitos androgênicos e antiestrogênicos da medicação.



REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

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