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Foto do escritorDra Maria Amélia Bogéa

O efeito rejuvenescedor da atividade física

Atualizado: 21 de nov. de 2022


Com o avanço da medicina, cada vez mais a expectativa de vida das pessoas tem se elevado, o que, somado à queda da taxa de natalidade, determina a intensificação do fenômeno de envelhecimento da população. Embora o envelhecimento seja uma realidade, o aumento da qualidade de vida ao envelhecer não é, necessariamente, algo que vem acompanhado. Com o envelhecimento, é comum que venham as comorbidades associadas, como perda da densidade mineral óssea, perda de massa muscular (sarcopenia), além de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão (alguns especialistas colocam a hipertensão como um fator de risco e não como uma doença).


Como ocorre o envelhecimento?


O processo de envelhecimento não é totalmente explicado, mas sabe-se que é determinado por um conjunto de fatores que resultam em uma perda progressiva (tempo dependente) da integridade física do indivíduo. Trata-se, pois, de um processo complexo associado a nove principais características celulares e moleculares, segundo López Otín e colaboradores: instabilidade genômica, desgaste dos telômeros, alterações epigenéticas, perda de proteostase, detecção de nutrientes desregulada, disfunção mitocondrial, senescência celular, exaustão de células-tronco e alterações comunicação intercelular.


O exercício tem, de fato, um efeito "rejuvenecedor" ?


Nesse contexto, o exercício surge como uma "pílula" a qual ativa vias que modulam os processos supracitados de modo a retardar o envelhecimento. O real poder "rejuvenescedor", bem como os mecanismos por trás dele ainda são pouco elucidados, todavia, os benefícios do exercício a curto, médio e longo prazo dos exercícios físicos são evidentes, podendo afetar positivamente cada um dos nove processos descritos por Lopez, conforme é explicado na pesquisa publicada no periódico "Frontiers in Endocrinology"por Alexandre Rebelo-Marques e parceiros.


Para ilustrar, estudos sugerem que a disfunção mitocondrial leva ao aumento do estresse oxidativo, lesões celulares e, por conseguinte, o envelhecimento. No entanto, pesquisas apontam que o exercício físico pode manter a integridade das mitocôndrias, reduzindo esse estresse e, assim, mitigando o processo de envelhecimento. Outras pesquisas ainda mostram a grande influência epigenética dos exercícios em prol da qualidade de vida do indivíduo. Em outras palavras, isso significa que movimentar-se pode provocar mudanças a nível de DNA, ativando a transcrição de genes vantajosos para a sua saúde e desativando genes que poderiam te causar algum problema.


Desse modo, se você quer ter, não só uma longevidade, mas também uma qualidade de vida durante o processo de envelhecimento, mova-se. Envelhecer não é uma escolha, mas envelhecer bem sim !


Referências:

MARQUES, Alexandre et al. Aging Hallmarks: The Benefits of Physical Exercise. 2018. Disponível em: . Acesso em: 18 fev. 2022.


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