top of page
Foto do escritorDra Maria Amélia Bogéa

O que fazer se você tem resistência à insulina?

Atualizado: 21 de nov. de 2022


Antes de responder a pergunta a que se propõe esse post, vamos entender melhor o que é essa condição de resistência à insulina. Começaremos pela compreensão do que é a insulina: trata-se de um hormônio produzido pelas células endócrinas do pâncreas e sua função mais conhecida é de fazer o controle da glicemia.


A insulina realiza essa função ao estimular vias celulares que culminam em uma maior facilitação para que o açúcar que está circulando no sangue entre nas células dos nossos tecidos, onde vai ser utilizado para produzir energia (ou ser estocado na forma de gordura, caso exista um excesso desse nutriente disponível). Mas a insulina também realiza outras funções, sendo, por exemplo, um um importante hormônio anabólico, que promove crescimento dos tecidos (tanto de músculos quanto do tecido adiposo).


Geralmente, um padrão alimentar rico em carboidratos, principalmente refinados, estimula de forma bastante excessiva a liberação de insulina pelo pâncreas para dar conta de retirar toda a glicose presente no sangue e colocar dentro das células para ser usada como fonte de energia. Acontece que, quando esse estímulo da insulina nas células é muito constante, chega um momento que a resposta a esse hormônio não é mais a mesma: literalmente, as nossas células criam uma resistência para atender ao “pedido” da insulina de facilitar a entrada de glicose. Esse tipo de estado é o que caracteriza a resistência à insulina.


Mas lembra o que falamos sobre a insulina ter outras ações além de controlar a glicemia? Pois é, quando a resistência a esse hormônio se instala, ela é bastante seletiva: a função que fica prejudicada é a de captação de glicose pelas células. E quando a glicose não entra nas células, o corpo entende que não há energia disponível e estimula mais ingestão energética, ou seja, aumenta a sensação de fome e a vontade de comer. Porém, todas as outras funções da insulina continuam acontecendo, como o estímulo anabólico e inibição da quebra e queima da gordura. Esse estado metabólico é um dos passos iniciais para o desenvolvimento de diabetes mellitus tipo 2, prejudica a perda e facilita o ganho de peso.


E o que fazer? O objetivo de qualquer que seja a medida tomada deve ser melhorar a sensibilidade à insulina, garantindo que as células voltem a responder a níveis menores desse hormônio, reduzindo assim o quadro de hiperinsulinemia. Os primeiros passos a serem planejados devem ser a mudança de hábitos de estilo de vida, principalmente no que diz respeito à alimentação e exercício. Um padrão alimentar mais controlado em carboidratos e adequado em proteínas e gorduras é fundamental. Aumentar o consumo de fibras também é primordial pois esses nutrientes têm um efeito de minimizar os picos glicêmicos, possibilitando uma menor reatividade da resposta da insulina.


Praticar exercícios físicos também é fundamental pois a maior demanda metabólica nos músculos aumenta a sua sensibilidade à insulina, além de facilitar a perda de peso e diminuição de inflamação, dois fatores que também devem ser levados em conta no manejo dessa condição. O aumento dos níveis de adiponectina, um hormônio liberado pelo tecido adiposo e que tem função anti inflamatória e de sensibilização da insulina, é um dos mecanismos por trás da resposta positiva que o exercício tem na resistência à insulina.


Alguns casos podem ainda demandar tratamento farmacológico, o que geralmente acontece quando a RI é acompanhada de excesso de peso com indicação para terapia medicamentosa e em qual momento está a conduta dos especialistas que estão realizando o acompanhamento.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Kolb, H., Kempf, K., Röhling, M., & Martin, S. (2020). Insulin: too much of a good thing is bad. BMC Medicine, 18(1). doi:10.1186/s12916-020-01688-6


Ryan, B. J., Schleh, M. W., Ahn, C., Ludzki, A. C., Gillen, J. B., Varshney, P., … Horowitz, J. F. (2020). Moderate-intensity exercise and high-intensity interval training affect insulin sensitivity similarly in obese adults. The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism. doi:10.1210/clinem/dgaa345


Comments

Couldn’t Load Comments
It looks like there was a technical problem. Try reconnecting or refreshing the page.
bottom of page