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Foto do escritorDra Maria Amélia Bogéa

O que é e para que serve o exame de metabolômica?

Atualizado: 21 de nov. de 2022



Dentro das ciências ômicas, que buscam entender o funcionamento celular e alterações biológicas dos organismos, está a metabolômica, que estuda o funcionamento dos metabólitos. Ou seja, é a análise dos produtos intermediários ou finais do metabolismo em uma amostra biológica. Acerca deste tema, as pesquisas relacionadas aos metabólitos vêm sendo realizadas há décadas e atualmente são aplicadas em várias áreas de conhecimento, como nas análises clínicas, alimentos e nutrição, esportes, ambiental, toxicologia forense, ou análise de organismos patogênicos.


A metabolômica

Assim, por meio do estudo desses produtos intermediários ou finais do metabolismo, é possível identificar moléculas que podem ser utilizadas como marcadores específicos para uma determinada doença, por exemplo. Com isso, a metabolômica utiliza tecnologias analíticas para avaliar as vias metabólicas, isto é: a espectroscopia por ressonância magnética nuclear que permite a medição de concentração relativa dos metabólitos, enquanto a espectrometria de massa permite identificar a estrutura dos mesmos.


Outrossim, a vantagem do uso desse exame é a oportunidade de realizar um diagnóstico e prognóstico por meio de um exame não invasivo, pois utiliza fluidos como a urina e o plasma. Ainda assim, em relação aos metabólitos, eles podem ser empregados como biomarcadores relacionados à mudanças patológicas, genéticas ou ambientais. Com isso, quando são observadas alterações nesses compostos, ocorre a possibilidade de identificar as vias metabólicas alteradas e, provavelmente, identificar o mecanismo da patogênese em questão, como também pode ajudar a diagnosticar e/ou monitorar a doença.


As aplicações da metabolômica

Nesse sentido, as aplicações da metabolômica na área clínica proporcionaram uma maior compreensão em nível molecular sobre diversas patologias. Ou seja, a aplicação nessa área é variada, como exemplo: na oncologia a literatura analisou alterações no metabolismo, o que forneceu subsídios para o diagnóstico e monitoramento de doenças, como no câncer de próstata e de mama. No contexto da prática de esportes ou de exercícios físicos, a metabolômica pode auxiliar a elucidar os mecanismos complexos envolvidos, como observado que a adaptação ao exercício físico estava relacionado a um aumento de L-carnitina: uma consequência da melhora oxidativa do músculo. Ainda, a busca por esses marcadores de resposta ao exercício são importantes, pois podem contribuir para a prevenção de doenças crônicas e para a manutenção da saúde.


Às ciências ômicas

Por fim, existe um crescente número de estudos que relacionam as ciências ômicas com os alimentos e seus componentes alimentares, como a dieta e o indivíduo, e a saúde e as doenças, sendo essa relação intitulada de foodomics - que tem por objetivo integrar várias áreas do conhecimento e melhorar o bem estar, saúde e segurança dos consumidores. Além disso, a nutrimetabolômica, que está aplicada à nutrição, foca na descoberta de biomarcadores mediante da avaliação do efeito dietético, da intervenção de dieta em uma rota metabólica, do estudo da relação dieta-doença, como também na busca de uma dieta personalizada.



REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

CANUTO, G. A. B., et. al. Metabolômica: Definições, Estado-da-arte e Aplicações Representativas. Quim. Nova, Vol. 41, No. 1, 75-91, 2018. Disponível em: https://www.scielo.br/j/qn/a/hCJGvVZhZ9Zf4RyskbhgwJf/?lang=pt.


BARAÚNA, C. D.. A metabolômica como ferramenta de diagnóstico e monitoramento da doença celíaca. Universidade de São Paulo, São Paulo, 2019.

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