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Foto do escritorDra Maria Amélia Bogéa

O que é o ciclo menstrual?

Atualizado: 22 de nov. de 2022


Mulheres que não fazem uso de nenhum tipo de medicação hormonal, e não possuem nenhuma patologia que influencie na regularidade da menstruação, passam, quase que mensalmente, pelo o que chamamos de ciclo menstrual. Mas você sabe o que realmente é esse tal ciclo? Podendo durar de 26 - 32 dias, com média de 28, estamos falando de um processo, no qual podemos reconhecer algumas fases características, e que tem como objetivo primário, biologicamente falando, preparar o organismo da mulher para que ela possa gerar uma nova vida a partir de uma gestação, que se desenrola caso o ovócito liberado no meio desse ciclo seja fecundado por um espermatozóide.


É muito comum que o ciclo menstrual seja dividido em 3 grandes fases, levando em conta o cenário hormonal predominante, que é justamente o que altera o funcionamento do corpo feminino ao longo desse ciclo. Estrogênio, progesterona, FSH e LH são os protagonistas desse fenômeno. O FSH (Hormônio Folículo Estimulante) e o LH (Hormônio Luteinizante) são hormônios sexuais produzidos pela hipófise anterior - uma porção do nosso cérebro - e tem o papel de desenvolver os folículos existentes nos ovários e estimular a ovulação, respectivamente.


Consequentemente também acabam atuando no comando da síntese de estrogênio e progesterona nesses locais. Pode ser que você já tenha ouvido da divisão do ciclo em um número maior de fases, mas vamos utilizar as fases menstrual, folicular e lútea para uma compreensão geral do ciclo menstrual.


Apesar de muitas mulheres acharem que a menstruação é o final do ciclo, na verdade ela marca o início de um novo. É o momento em que os dois principais hormônios femininos, produzidos nos ovários - estrogênio e progesterona - encontram-se nos níveis mais baixos, e a sua queda abrupta é justamente o que faz com que a menstruação aconteça. À medida que os dias passam, inicia-se a fase folicular, na qual os níveis de FSH aumentam gradativamente para estimular o desenvolvimento de novos folículos nos ovários, e esse estímulo faz com que essas estruturas comecem a liberar mais estradiol - a forma mais ativa do estrogênio. Quando o estradiol atinge um pico, segue-se um pico de LH e acontece a ovulação.


A resposta para esse fenômeno é o aumento da produção tanto de estradiol quanto de progesterona, com os níveis do segundo superando os do primeiro. É este ambiente hormonal que chamamos de fase lútea e que afeta o comportamento, fisiologia e metabolismo da mulher para que se prepare para uma gestação, já que ocorreu a ovulação e existe em seu corpo um óvulo passível de ser fecundado. Uma das características marcantes desse momento é o desenvolvimento do endométrio, uma das camadas do útero, que é estimulada para se proliferar e gerar uma primeira reserva de nutrientes caso um zigoto venha a se fixar na parede uterina. Quando a fecundação não acontece, o estradiol e a progesterona sofrem uma queda abrupta - final do ciclo - e temos a menstruação - início de um novo ciclo, com os hormônios no seu nível mais baixo - que é a liberação dessa camada endometrial.


É importante compreender que durante todas essas diferentes fases, o corpo feminino, assim como o ambiente psicológico e emocional, variam bastante, e os diferentes níveis de hormônios acabam influenciando o comportamento e o funcionamento de diferentes órgãos, porque existem receptores para esses hormônios em diferentes regiões do corpo (ou seja, o funcionamento é afetado a depender da quantidade de estradiol e/ou progesterona circulantes).


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Carmichael, M. A., Thomson, R. L., Moran, L. J., & Wycherley, T. P. (2021). The Impact of Menstrual Cycle Phase on Athletes’ Performance: A Narrative Review. International Journal of Environmental Research and Public Health, 18(4), 1667. doi:10.3390/ijerph18041667

Sellito, M., Kalenscher, T. (2022) Variations in progesterone and estradiol across the menstrual cycle predict generosity toward socially close others. Psychoneuroendocrinology. doi: 10.1016/j.psyneuen.2022.105720


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