As substâncias químicas mensageiras, também conhecidas como hormônios, são produzidas pelas glândulas do corpo humano e possuem várias funções específicas, ou seja, controlam o ritmo circadiano humano, causam felicidade após o exercício físico, causam frio na barriga, reviram a vida da gestante e influenciam no crescimento do feto, sendo essenciais no desenvolvimento individual humano e na homeostase dos órgãos.
Nesse sentido, ao longo da vida adulta, todas as funções fisiológicas começam a declinar gradualmente, sendo o envelhecimento caracterizado por mudanças em praticamente todos os sistemas biológicos. Logo, durante esse período, os padrões de secreção hormonal mudam, ou seja, tradicionalmente ocorre uma diminuição na sua atividade e este é prejudicial devido ao consequente declínio das funções corporais. Dessa forma, a ausência ou diminuição dos hormônios resulta eventualmente em alterações atróficas.
Assim, a terapia hormonal é sugerida como uma intervenção para interromper e, até mesmo, reverter esse declínio. Isto significa que ela é utilizada para neutralizar os efeitos capazes de prejudicar a saúde da função hormonal natural. Atualmente, sabe-se que a terapia hormonal é amplamente prescrita, sendo utilizada ao menos um momento na vida, pelas mulheres.
Além disso, a aplicabilidade da terapia hormonal é variada e pode ser utilizada, por exemplo, para a infertilidade em casos de inadequação hormonal, a qual pode incluir a estimulação da ovulação por hormônios, para o tratamento de sintomas da pós-menopausa, para o tratamento adjuvante do câncer de mama e uterino, bem como para o tratamento do desenvolvimento sexual anormal congênito e da disforia de gênero. Assim, é evidente que para um corpo humano saudável, é necessário garantir que as desregulações hormonais, características de algumas condições patológicas, sejam tratadas.
Terapia hormonal e a menopausa
Um exemplo da aplicabilidade da terapia hormonal é na menopausa, que, por definição, é o período menstrual final resultante da diminuição acentuada na produção de estrogênio ovariano confirmada por 12 meses de amenorreia. Nesse período, os baixos níveis de estrogênio muitas vezes desencadeiam sintomas vasomotores sistêmicos incômodos e sudorese noturna e, ao longo do tempo, também apresenta sintomas locais de atrofia vulvovaginal, bem como a dispareunia e outros sintomas urogenitais, os quais são denominados síndrome geniturinária da menopausa.
Nesse contexto, a terapia hormonal para menopausa é utilizada para aliviar os seus sintomas, ou seja, é utilizada para complementar os hormônios reduzidos nesse período - seja na forma de estrogênio para mulheres sem útero, seja na combinação entre estrogênio-progestagênio para mulheres com útero. Logo, a reposição hormonal em questão possui quatro indicações:
Na presença de sintomas vasomotores incômodos, ou seja, as ondas de calor e sudorese noturna, com ou sem despertar;
Na prevenção da osteoporose e redução de fraturas;
Na síndrome geniturinária da menopausa;
Na insuficiência ovariana prematura e menopausa natural precoce.
Em resumo, os hormônios têm uma enorme variedade de funções que controlam a homeostase de todo o corpo. Assim, a literatura mostra que a terapia de reposição hormonal pode melhorar a qualidade de vida dessas mulheres que apresentam os sintomas desencadeados pelos baixos níveis de estrogênio, como também quando relacionado a outros aspectos fisiológicos do nosso corpo, como por exemplo, para a estimulação da ovulação por hormônios.
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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