Gerald Heaven foi um importante endocrinologista e professor da Faculdade de Medicina de Stanford que, em seus trabalhos, percebeu a ligação entre a obesidade, alterações na glicose sérica, colesterol e hipertensão. Essa “peça do quebra cabeças” é a chamada resistência insulínica. Trata-se de uma resposta reduzida a esse hormônio, cuja principal função é, a grosso modo, transportar a glicose da corrente sanguínea para os diversos tecidos do nosso corpo.
A partir deste ponto, hoje temos estabelecido o termo “Síndrome Metabólica” (SM) para designar as doenças as quais possuem sinais e sintomas interligados e originados a partir da resistência à insulina.
Critérios segundo o consenso Brasileiro sobre Síndrome Metabólica: Pelo menos três dos cinco critérios abaixo devem estar presentes:
Obesidade central – circunferência da cintura superior a 88 cm na mulher e 102 cm no homem;
Hipertensão Arterial – pressão arterial sistólica ³ 130 e/ou pressão arterial diastólica ³ 85 mmHg;
Glicemia alterada (glicemia ³110 mg/dl) ou diagnóstico de Diabetes;
Triglicerídeos ³ 150 mg/dl;
HDL colesterol £ 40 mg/dl em homens e £50 mg/dl em mulheres
A relevância de compreender o que é essa síndrome reside nos grandes riscos para a saúde que ela oferece. Isso porque, se comparados à população saudável, isto é, sem doenças crônicas, quem tem SM possui um índice de mortalidade geral duas vezes maior e uma mortalidade por doenças cardiovasculares até três vezes maior. O grande problema é, a SM pode ser assintomática, portanto, é importante se atentar aos fatores de risco:
aumento do peso, principalmente às custas do aumento da circunferência abdominal
histórico de diabetes em parentes próximos (carga genética)
níveis elevados de gordura no sangue
pressão alta.
Sedentarismo
Principalmente idosos, grupo o qual é comum o aparecimento de doenças como diabetes tipo 2 e hipertensão, é importante a realização periódica de exames, a fim de avaliar a pressão arterial, glicemia, triglicerídeos, entre outros.
O tratamento se dá principalmente mediante a mudança dos hábitos de vida, excluindo hábitos, como o sedentarismo e adotando um protocolo dietético específico. Além disso, frequentar um médico especialista é imprescindível para traçar essas estratégias, juntamente com os medicamentos mais adequados ao quadro apresentado. Com essa abordagem individualizada é possível retornar ao estado de saúde metabólica, sem apresentar tantos riscos relacionados à SM.
Referências:
A SÍNDROME METABÓLICA. 2007. Disponível em: https://www.endocrino.org.br/a-sindrome-metabolica/. Acesso em: 1 jan. 2022.
REN, Huina . Metabolic syndrome and liver-related events: a systematic review and meta- analysis. 2019. Disponível em: https://doi.org/10.1186/s12902-019-0366-3. Acesso em: 1 jan. 2022.