A saúde mental é o resultado da combinação de diversos fatores, como fatores biológicos, psicológicos, sociais e ambientais e por isso, possui uma influência muito grande na vida dos jovens. Os níveis de ocitocina aparentam ter associação com a qualidade das relações sociais, hábitos de consumo, sucesso acadêmico, e perturbações de saúde mental. A preocupação com os jovens atualmente é crescente devido aos distúrbios mentais que ocorrem frequentemente nessa faixa de idade.
O gene da ocitocina se localiza no cromossomo 20p13. A ocitocina é um neuropeptídeo formado por 9 aminoácidos, sintetizado por dois tipos de neurônios no hipotálamo, que são os neurônios magnocelulares dos núcleos supra ópticos e paraventricular e os neurônios parvocelulares no núcleo paraventricular ; os neurônios parvocelulares projetam-se para o hipotálamo, sistema límbico e tronco cerebral, já os neurônios magnocelulares liberam ocitocina nos vasos sanguíneos a partir dos terminais na glândula pituitária posterior.
O gene do receptor de ocitocina está localizado no cromossomo 3p25 e pode apresentar várias mutações, as variantes genéticas mais comuns têm sido associadas a alterações morfométricas das principais estruturas límbicas e parecem ter um grande impacto na função da ocitocina. Os polimorfismos de nucleotídeos únicos(SNP) ficam num intrão, que são partes do código genético removidos no processo de splicing de RNA e por isso, não alteram a configuração da proteína. Mas existem estudos que indicam que os polimorfismos presentes nos intrões do gene receptor de ocitocina pode estar relacionado com mudanças no comportamento social, sugerindo que pode haver algum mecanismo que afete as propriedades químicas do receptor de ocitocina.
A ocitocina auxilia na regulação das relações maternais, da cognição social e outros processos psicológicos. Também foram descobertas algumas relações entre os seus níveis plasmáticos e certos SNPs com a depressão, ansiedade e autismo, déficits de empatia e de apego.
Bom, o polimorfismo do gene receptor de ocitocina pode estar relacionado com mudanças no comportamentos social, como transtornos psicológicos (depressão, ansiedade e outros), que muitas vezes se associam a transtornos alimentares, na adolescência esses transtornos podem prejudicar relações sociais e familiares, e tornar a idealização suicida mais comum. Essa associação entre transtornos psicológicos e alimentares podem desencadear uma série de efeitos indesejados como a baixa estima, dificuldade de se expressar emocionalmente. O hipotálamo pode falhar no envio específico de mensagens ao cérebro no que diz respeito à fome, falhando em passar a mensagem de saciedade, podendo causar a hiperfagia; ou pode ocorrer a falha na serotonina, desencadeando o que é chamado de razão biológica para a compulsão alimentar.
Os adolescentes são os mais afetados devido ao fato de estarem passando por um período da vida em que há a fase de desenvolvimento, que pode constituir quadros graves e com alto grau de morbidade, as preocupações com o peso e a forma corporal constituem a psicopatologia.
Referências:
VERÍSSIMO, Ana Carolina Escrevente. Oxitocina e saúde mental em estudantes do ensino superior. 2018. Tese de Doutorado. Instituto Politécnico de Lisboa, Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa.
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